Pós-graduação em Odontologia
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PPGODONTO - Programa de Pós-graduação em Odontologia
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Item Avaliação longitudinal da performance mastigatória de pré-escolares(UFVJM, 2019) Soares, Maria Eliza da Consolação; Ramos Jorge, Joana; Ramos Jorge, Maria Leticia; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ramos Jorge, Joana; Fernandes, Izabella Barbosa; Paiva, Saul Martins de; Pordeus, Isabela AlmeidaInvestigar fatores que alteram a performance mastigatória (PM) de crianças na fase de dentição decídua é importante, pois a mastigação é um estímulo para o crescimento e desenvolvimento craniofacial. Além disso, a mastigação exerce influência na digestão e absorção de nutrientes, fundamentais para o crescimento e manutenção da saúde. Tal investigação ainda é limitada através de estudos longitudinais. Essa tese foi desenvolvida na forma de dois artigos científicos. O primeiro artigo teve como objetivo determinar os fatores de risco para a piora da Performance Mastigatória (PM) de pré-escolares. Um estudo de coorte foi realizado com 136 pré-escolares selecionados a partir de um estudo transversal (baseline). As crianças e suas mães/responsáveis foram contatadas após um ano do baseline para uma segunda avaliação. Todas as variáveis foram coletadas em ambas as avaliações. O exame clínico bucal foi realizado para avaliação de má-oclusão posterior, do número de dentes perdidos devido à cárie e da presença de cárie dentária. A presença de cárie foi avaliada através do Sistema Internacional de Avaliação e Detecção de Cárie Dentária (ICDAS II). As mães preencheram um recordatório alimentar de 3 dias das crianças, que foi usado para cálculo da frequência média diária de ingestão de alimentos sólidos, líquidos e pastosos. Para avaliação da PM, foi utilizado um alimento teste artificial (Optocal). O método de processamento deste alimento se deu por peneiramento, através de nove peneiras acopladas a um agitador mecânico por 20 minutos. As partículas retidas em cada peneira foram pesadas e a partir desse peso foi determinado o tamanho mediano (X50) das partículas trituradas para cada criança. Todas as variáveis foram categorizadas de acordo com sua variação durante o período de acompanhamento. O risco de impacto das variáveis sobre a piora da PM foi testado por meio da regressão hierárquica de Poisson. O aumento do número de dentes cavitados (RR= 1,98; IC95%= 1,01-3,93), aumento do número de dentes posteriores perdidos (RR= 3,29; IC95%= 1,67-6,47) e redução da frequência média diária de consumo de alimentos sólidos (RR= 2,29; IC 95%= 1,22-4,31) foram associados a uma piora da PM. O objetivo do segundo estudo foi avaliar o efeito do tratamento restaurador na performance mastigatória (PM) de pré-escolares com lesões cariosas cavitadas posteriores, além de comparar a PM após o tratamento com um grupo com dentição saudável, que não recebeu intervenção. Este estudo longitudinal com intervenção em um grupo foi realizado com 58 crianças de 4 e 5 anos que apresentavam lesões cariosas cavitadas nos dentes posteriores, compondo o grupo intervenção. Essas crianças foram pareadas com crianças da mesma idade e sexo que apresentavam os dentes posteriores hígidos, para formação do grupo não intervenção. A avaliação foi realizada em dois momentos: previamente ao início do tratamento restaurador das crianças do grupo intervenção e 15 dias após finalizado o tratamento. A avaliação da PM foi realizada utilizando o alimento teste artificial optocal. O método utilizado para cálculo do tamanho mediano das partículas (X50) foi o peneiramento. Houve diferença do valor do X50 entre os dois grupos tanto na primeira avaliação (p=0,003), quanto no acompanhamento (p=0,020), onde o grupo não intervenção apresentou melhor PM. No entanto, o delta do X50 foi menor no grupo intervenção (p<0,001) (maior melhora). No modelo final da regressão múltipla, o ΔX50 foi influenciado pelo número de dentes restaurados (β=-0,391; p<0,001). O tratamento restaurador apresentou efeito positivo para a melhora da PM. Houve uma maior variação para melhor da PM do grupo intervenção. O aumento do número de dentes perdidos e cavitados são fatores de risco para a piora da PM de pré-escolares Além disso, é importante avaliar a consistência dos alimentos oferecidos, uma vez, que quando há uma redução da frequência de ingestão de alimentos sólidos, ocorre uma tendência à piora da PM. Após o tratamento restaurador odontológico houve uma melhora significativa da PM. Entretanto, não foram alcançados níveis semelhantes às crianças com todos os dentes posteriores hígidos. Esses resultados reforçam a importância das atividades de prevenção e promoção de saúde, mas também a relevância do tratamento restaurador após a experiência de cárie, para que haja uma melhora da função.