PMPGCF - Doutorado em Ciências Fisiológicas (Teses)
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Item Efeito da imersão em água fria na recuperação diária e função de neutrófilos de atletas do sexo masculino durante período de treinamento intensificado(UFVJM, 2021) Ottone, Vinicius de Oliveira; Rocha Vieira, Etel; Amorim, Fabiano Trigueiro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rocha Vieira, Etel; Amorim, Fabiano Trigueiro; Motta Santos, Daisy; Matos, Mariana Aguiar de; Pinto, Kelerson Mauro de Castro; Peixoto, Marco Fabrício DiasEsta tese investigou o efeito diário da recuperação por imersão em água fria (IAF) dos membros inferiores nas respostas dos neutrófilos ao exercício durante um período de treinamento intensificado. Vinte e um indivíduos adultos do sexo masculino, treinados e saudáveis, passaram por um protocolo de treinamento de 11 dias com recuperação limitada entre as sessões de exercício. Os voluntários foram alocados no grupo de recuperação por imersão em água fria ou controle, pelo teste de desempenho e idade. O treinamento foi dividido em 2 blocos de 5 dias de treinamento diário com 1 dia de recuperação entre eles e incremento da intensidade de treinamento no 2º bloco. Após cada sessão diária de exercício os indivíduos do grupo IAF passaram por recuperação por imersão dos membros inferiores em água fria (10ºC, 15 min). Indicadores fisiológicos de recuperação foram monitorados de forma contínua durante o período de treinamento. Amostras de sangue foram coletadas por punção venosa na primeira e última sessões de treinamento para avaliação de marcadores de dano muscular, perfil leucocitário e função dos neutrófilos. O período de treinamento intensificado levou ao aparecimento de sinais de overreaching, incluindo resposta autonômica e metabólica prejudicadas ao exercício. A recuperação por IAF atuou de forma ambígua sobre indicadores fisiológicos de recuperação. A IAF retardou a queda da frequência cardíaca durante a realização do 3° e 4° dias do treinamento, atenuou a queda do desempenho do 2° dia de treino e do aumento dos marcadores de dano muscular de forma aguda e diminuiu a dor percebida dos membros inferiores e, também, melhorou a resposta autonômica cardíaca ao fim do treinamento. No entanto, a IAF prejudicou a qualidade de sono e não alterou a fadiga percebida e, no decorrer do treinamento intensificado, não contribuiu para a manutenção ou melhora do desempenho físico. Por fim, o treinamento intensificado levou, inicialmente, à supressão temporária da função dos neutrófilos, e ao final do período de treinamento observamos respostas destas células relacionadas ao feedback positivo para reparo/regeneração do tecido muscular exercitado. De forma negativa, a IAF promoveu atraso na ativação dos neutrófilos em resposta ao treinamento. Apesar de alguns efeitos positivos, os efeitos limitados e/ou desfavoráveis da IAF no desempenho, na qualidade do sono e na resposta dos neutrófilos ao exercício sinalizam a necessidade de cuidado no uso diário deste método de recuperação para atletas durante o período de treinamento intensificado.Item O efeito do treinamento intervalado de alta intensidade em componentes celulares e moleculares relacionados à resistência à insulina em indivíduos obesos(UFVJM, 2016) Matos, Mariana Aguiar de; Amorim, Fabiano Trigueiro; Vieira, Etel Rocha; Universidade Fedaral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Vieira, Etel Rocha; Peixoto, Marco Fabricio Dias; Soares, Danusa Dias; Wanner, Samuel Penna; Cordeiro, Letícia Maria de SouzaO excesso de gordura corporal característico da obesidade está relacionado a diversas alterações metabólicas, que incluem a resistência à insulina. Dentre as medidas não farmacológicas empregadas para a melhora da sensibilidade à insulina está o treinamento físico aeróbio, como o treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT, do inglês high intensity interval training). Sendo assim, esse estudo avaliou os efeitos do HIIT em componentes bioquímicos, celulares e moleculares relacionados à resistência à insulina em obesos. Indivíduos obesos sensíveis (n=9) e resistentes à insulina (n=8) foram submetidos a 8 semanas de HIIT, em cicloergômetro, realizado 3 vezes por semana, com intensidade e volume progressivos (8 a 12 estímulos; 80 a 110% da potência máxima). Amostras de sangue venoso e do músculo vasto lateral foram obtidas antes e após o programa de HIIT. Após o programa de treinamento houve aumento da sensibilidade à insulina nos obesos resistentes à insulina, mas não houve redução da massa de gordura. A concentração de citocinas no soro, o estresse oxidativo sistêmico e frequência das células imunes não foram modificadas após o treinamento. No músculo esquelético, o HIIT promoveu aumento da fosforilação do substrato do receptor de insulina (IRS) (Tyr612), da Akt (Ser473) e da proteína quinase dependente de cálcio/calmodulina (CAMKII) (Thr286), e aumento do conteúdo da β-hidroxiacil-CoA desidrogenase (β-HAD) e citocromo C oxidase (COX-IV). Houve ainda, redução da fosforilação da quinase regulada por sinal extracelular (ERK1/2) nos obesos resistentes à insulina. Concluímos que 8 semanas de HIIT promoveram melhora da sensibilidade à insulina, modificou componentes da via de sinalização da insulina e do metabolismo oxidativo no músculo esquelético. Essas alterações ocorreram independentes de mudanças na gordura corporal total e de parâmetros inflamatórios sistêmicos.Item Efeitos da terapia com fotobiomodulação sobre a via de sinalização da insulina e mecanismos subjacentes, nas células musculoesqueléticas, em modelos de obesidade in vivo e in vitro(UFVJM, 2022) Silva, Gabriela; Magalhães, Flávio de Castro; Amorim, Fabiano Trigueiro; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Magalhães, Flávio de Castro; Amorim, Fabiano Trigueiro; Rocha Vieira, Etel; Branco, Renato Chaves Souto; Fernandes, Kristianne Porta SantosA epidemia global da obesidade é um problema crescente e diversas doenças estão associadas a ela, como o diabetes mellitus do tipo 2 (DM2). O DM2 é caracterizado por resistência à insulina (RI). Em estudos anteriores observamos que a fotobiomodulação (PBM - photobiomodulation) melhorou a sinalização da insulina em adipócitos de camundongos alimentados com dieta hiperlipídica. Diante disso, o objetivo deste estudo foi investigar se a PBM também melhora a sinalização da insulina em células musculoesqueléticas e os mecanismos envolvidos. No primeiro experimento, camundongos (Swiss albino) machos receberam dieta controle pobre em gordura (LFC - low-fat control) ou dieta rica em gordura (HFD - high-fat diet) por 12 semanas. Da 9ª a 12ª semana, receberam tratamento SHAM ou PBM (630 ± 20 nm; 780 mW/cm²; 31,2 J/cm²; 60 J) sendo subdivididos em: LFC-SHAM (n = 8), LFC-PBM (n = 8), HFD-SHAM (n = 9) e HFD-PBM (n = 9). A PBM foi aplicada em 5 pontos: centro do abdômen e membros superiores e inferiores, 1 vez ao dia, 5 dias por semana, durante 4 semanas. A PBM reverteu a deficiência da fosforilação da proteína quinase B (PKB/Akt) na serina 473 (ser473) e inibiu o aumento do conteúdo de β-L-hidroxiacil-CoA desidrogenase (HADH) e de mitofusina-2, induzidos pela HFD no quadríceps. No segundo experimento, mioblastos de camundongos (C2C12), após diferenciação, foram cultivados em meio high glucose apenas, controle (CTRL), ou contendo ácido palmítico (PAL), oleato de sódio e L-carnitina para indução da RI. Depois, receberam tratamento SHAM ou PBM (660 e 850 nm; 9,16 e 19,71 mW/cm²; 2 ou 4 ou 8 J/cm²; 24,4 ou 52,4 ou 76,8 J) aplicado 1 vez. A PBM, nas doses de 4 ou 8 J/cm², reverteu a deficiência da fosforilação da Akt (ser473) e da atividade máxima da citrato sintase e o aumento da fosforilação da c-Jun NH(2) terminal quinase (JNK) (thr183/tyr185), induzidos pelo ácido palmítico. Além disso, nas doses de 2, 4 ou 8 J/cm², a PBM reverteu o aumento do conteúdo de mitofusina-2 e da atividade da superóxido dismutase (SOD), induzidos pelo ácido palmítico. Em conclusão, a PBM melhorou a sinalização da insulina nas células musculoesqueléticas, in vivo e in vitro, e esse efeito parece envolver a modulação do estado redox e da função mitocondrial, além da atenuação da ativação de quinases de estresse.Item Influência da vibração de todo o corpo sobre os parâmetros mecânicos, fisiológicos e desempenho físico em homens fisicamente ativos(UFVJM, 2013) Avelar, Núbia Carelli Pereira de; Lacerda, Ana Cristina Rodrigues; Coimbra, Cândido Celso; Universidade Fedaral dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Garcia, Emerson Silami; Francischi, Janetti Nogueira; Batista, Mauro Alexandre Benites; Amorim, Fabiano TrigueiroIntrodução: Recentemente, a vibração de todo o corpo (VTC) tem sido um método de exercício físico utilizado para aumentar o desempenho físico-funcional. No entanto, os mecanismos relacionados aos efeitos produzidos por essa modalidade de exercício ainda não tem sido completamente investigados. Objetivos: Os objetivos desse estudo foram definir o protocolo de VTC capaz de aumentar o desempenho muscular em jovens fisicamente ativos (estudos 1 e 2) e investigar possíveis mecanismos fisiológicos da VTC sobre o desempenho físico (estudos 3, 4 e 5). Metodologia: No estudo 1 foi avaliada a influência de diferentes ângulos de flexão dos joelhos (60 e 90º) e da VTC na ativação muscular do vasto lateral (VL) e na transmissibilidade do estímulo vibratório para propor o melhor posicionamento corporal durante o exercício. Nesse estudo, 34 jovens fisicamente ativos tiveram a atividade eletromiográfica (EMG) do músculo VL do membro dominante e a aceleração nas articulações dos joelhos e quadril avaliadas durante exercício de agachamento (AG) a 60º e 90º de flexão de joelhos associada ou não a VTC (30 Hz, 4 mm). No estudo 2 foi proposta a avaliação da curva dose-resposta do estímulo vibratório (aceleração) sobre o desempenho muscular dos membros inferiores e superiores. Para isto, nove homens fisicamente ativos foram submetidos a cinco condições experimentais: 1) AG sem VTC; 2) AG/VTC [20 Hz, 2 mm: 31,55 m.s-2]; 3) AG/VTC [45 Hz, 2 mm: 159,73 m.s-2]; 4) AG/VTC [45 Hz, 4 mm: 319,45 m.s-2]; e 5) AG/VTC [60 Hz, 4 mm: 567,91 m.s-2]. Antes e após os procedimentos experimentais o desempenho muscular foi avaliado pelo teste do salto vertical (SV), força de preensão palmar e desempenho anaeróbio pelo teste Wingate (TW). O objetivo do estudo 3 foi comparar os efeitos do aquecimento passivo (AP), da VTC e controle (C) sobre o desempenho de alta intensidade e curta duração (DAICD). Seis homens fisicamente ativos realizaram um teste de 30 segundos de sprint após uma das três condições experimentais: 1) VTC: que consistiu em 5 minutos de AG associados à VTC (45 Hz, 2 mm), 2) AP: que consistiu de 30 minutos de AP usando uma manta térmica sobre as coxas e as pernas (35 W) e 3) C: que foi constituído por 30 minutos de repouso sem aquecimento. A excitabilidade muscular do VL, avaliada pela EMG, foi determinada em repouso e durante o DAICD. As concentrações sanguíneas de lactato (LACT), avaliadas por espectroscopia, e a temperatura muscular (TM) da coxa, estimada indiretamente medindo a temperatura da pele, foram determinadas nos seguintes momentos: antes, imediatamente após as condições experimentais e 3 minutos após o sprint de 30 segundos. O estudo 4 foi desenhado para avaliar o efeito agudo de diferentes intensidades de VTC no desempenho muscular e relacioná-los com fatores intramusculares. Oito homens fisicamente ativos foram aleatoriamente submetidos a uma das três condições experimentais: (1) VTC 2 mm [45 Hz e 2 mm], (2) VTC 4 mm [45 Hz e 4 mm] e (3) sem VTC. Para avaliar a PAP, o torque concêntrico dos flexores e extensores de joelho foi medido durante três flexo-extensões unilaterais de joelho a 60º.s-1 em um dinamômetro isocinético. A potência e a altura do SV também foram avaliadas. Estas medidas foram realizadas antes e após as condições experimentais. O objetivo do estudo 5 foi determinar os efeitos da adição da VTC aos exercícios de AG na ativação cerebral, avaliada pelo eletroencefalografia (EEG). Sete homens fisicamente ativos foram submetidos de forma aleatória a uma das três condições experimentais: a) exercícios de AG/VTC 45 Hz/2 mm; B) AG/VTC 45 Hz/4 mm e C) AG sem VTC. Para avaliar os efeitos da VTC na ativação EEG, os voluntários foram submetidos a um período de oito minutos em estado de repouso (olhos fechados) antes e 3 minutos após as condições experimentais. Resultados: Os principais achados do estudo 1 foram que (1) 90º de flexão dos joelhos produziu maior atividade EMG que 60º (p <0,001), sem diferença na transmissibilidade aceleração, (2) em ambos os ângulos de flexão do joelho, a adição de VTC não produziu diferenças significativas na EMG, mas com maiores valores de aceleração em relação ao AG realizado sem a VTC (p <0,001). O estudo 2 demonstrou que há uma faixa de aceleração de VTC mais apropriada para promover melhor desempenho muscular dos membros inferiores [159,45 m.s-2 - 319,45 m.s-2]. No entanto, estes estímulos aplicados sob os pés não parecem melhorar a força de preensão palmar. No estudo 3 observou-se que o pico de potência, a potência relativa, o trabalho relativo, o tempo para a potência pico e a cadência no ciclismo foram significativamente mais elevados durante a VTC comparado com o C. A TM foi significativamente maior no AP comparado com a VTC e C antes do teste de desempenho. Não foram observadas diferenças significativas entre as condições experimentais para LACT imediatamente após o sprint e na EMG durante o sprint. O estudo 4 demonstrou que a VTC aumentou o pico de torque para os músculos flexores de joelhos. Além disso, a potência e a altura do SV também foram aumentadas pela VTC. O estudo 5 demonstrou que houve uma diminuição significativa da potência absoluta na banda Alfa durante a VTC com exercícios de AG (45 Hz/2 mm e 45 Hz/4 mm) em comparação com a situação C nos seguintes eletrodos: F7 (p: 0,03, tamanho do efeito: 0,750, poder: 0,708) e F8 (p: 0,01, tamanho do efeito: 0,838, poder: 0,909). Conclusões: Os resultados dos estudos supracitados indicam que o protocolo de VTC associado ao AG a 90º de flexão dos joelhos, nos parâmetros de VTC de 45 Hz/2-4 mm (159,45 - 319,45 m.s-2), aumentou a altura e a potência do SV, bem como o desempenho anaeróbio dos membros inferiores, sem alterações na força de preensão. Os possíveis mecanismos relacionados com aumento no desempenho muscular dos membros inferiores seriam fatores intramusculares e envolvimento de componentes centrais (ativação eletroencefalográfica), sem modificações no metabolismo anaeróbio lático, na temperatura muscular e na atividade eletromiográfica.