PPGER - Mestrado em Estudo Rurais (Dissertações)
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Item Educação popular, permacultura e agroecologia para transformação social, econômica e ambiental: um estudo de caso na comunidade rural de Extrema – Congonhas do Norte/MG(UFVJM, 2020) Calvão, Alessandra Lopes; Schulzbacher, Aline Weber; Allain, Luciana Resende; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Schulzbacher, Aline Weber; Allain, Luciana Resende; Carvalho, Igor Simoni Homem de; Murta, Nadja Maria Gomes; Lemes, Anielli Fabiula GavioliO processo de educação popular, mobilização e transformação social da comunidade rural de Extrema-Congonhas do Norte/MG, promovido pela atuação da Associação de Agricultores da Região de Extrema (ACARE), no Espaço Educacional Contraponto, durante o período de 2010 a 2019, constitui o escopo investigativo desta pesquisa. Este estudo procurou avaliar, a partir da história e realidade deste vilarejo rural, as mudanças ocorridas, durante o século XX, no modo de vida rural e o papel das organizações civis nos processos de mobilização comunitária. Procurou também analisar o potencial da Permacultura e da Agroecologia, além de compreender, a partir do caso estudado, as principais contribuições da educação popular nestes processos e na promoção de transformações sociais, ambientais e econômicas. Adicionalmente pesquisamos a experiência da ACARE no Espaço Educacional Contraponto, no período de 2015 a 2019, e os impactos advindos das atividades desenvolvidas, a partir da avaliação dos comunitários. O percurso metodológico adotado nesta pesquisa qualitativa, baseada em um estudo de caso, analisado de acordo com a Análise de Conteúdo, de Laurence Bardin, utilizou para a coleta de dados os seguintes instrumentos de coleta de dados: cinco entrevistas realizadas a partir de um roteiro semi-estruturado; documentos da ACARE, do Espaço Educacional Contraponto, da Prefeitura Municipal de Congonhas do Norte, e ainda, o diário de bordo da pesquisadora. Como resultados, foi possível identificar que a agricultura conservadora, bem como o modo de vida da sociedade capitalista, resultou em um panorama de crise agrária, socioeconômica e ambiental, que reflete diretamente no modo de vida dos camponeses. Esta classe social, de características culturais e sociais bem específicas, passa por um processo de invisibilização e de grande vulnerabilidade, sendo expulsos de suas terras e perdendo o controle dos meios de produção. Percebemos que tal processo pode ser amenizado, e a longo prazo revertido, não apenas através do estabelecimento de políticas públicas, mas principalmente, por meio de processos de educação popular, pautados nas práticas da Permacultura e da Agroecologia, que os instrumentam a coproduzirem com a natureza produtos com maior valor agregado. Concluímos que os processos de educação popular têm potencial de conscientizar os camponeses de sua condição social, mobilizá-los a ações que construam coletivamente uma nova realidade e transformem o panorama socioeconômico e ambiental.