Browsing by Author "Santos, Rafael Pereira"
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Item Da existência ilhada ao território: estratégias e trajetórias da comunidade de Croatá, MG na busca de conquistar seu território(UFVJM, 2018) Santos, Rafael Pereira; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Chaves, Edneila Rodrigues; Nascimento, Alan Faber do; Paes, Silvia Regina; Santos, Juracy Marques dos; Figueiredo, Ana Flávia Andrade deA dinâmica territorial experienciada e engendrada pelos sujeitos sociais coletivos da Comunidade Quilombola, Pesqueira e Vazanteira de Croatá, em Januária - MG, constitui o escopo investigativo desta pesquisa. Nesta perspectiva, investiga-se os processos de apropriação-expropriação-reapropriação do território, abordando as territorialidades nos múltiplos lugares etnográficos que compõem o território da comunidade, às margens do rio São Francisco. Os processos sociais de expropriação instituído pelo desenvolvimentismo na década de 1970 materializou-se na restrição da terra, água e na violência contra a comunidade. Frente a esta experiência e outras ameaças existentes, estes sujeitos têm emergido aglutinados e configurando processos de intensa resistência, demonstrando o seu projeto instituinte ao defender e garantir a apropriação física, simbólica e a reprodução da vida a partir de sua organização étnica quilombola que se associa a uma política de identidade pesqueira e vazanteira, por eles anunciadas. A partir da abordagem etnográfica esta pesquisa desenvolve uma interpretação densa e compartilhada viabilizada pelas incursões de campo na comunidade e em outros ambientes de articulação política compreendidos como espaços de exercício de sua territorialidade. Os resultados das análises apontam para um processo de reprodução social territorializante na interface da expropriação pela formação de fazendas sobre a terras tradicionalmente ocupadas. A emergência destes sujeitos coletivos tradicionais tem protagonizado processos de articulação em sua múltipla/indivisa identidade: pesqueiraquilombola-vazanteira cujo modo de vida está imerso nas dinâmicas ambientais do rio São Francisco. A posse sobre o território se dá a partir das práticas de sociabilidades em rituais de instituição que institui, autentica e atualiza a posse em comum no grupo de interconhecimento pela nomeação e apropriação pelo trabalho. As territorialidades exercidas em vista da ampliação do território pelos comunitários são construídas pelo engajamento no projeto instituinte de territorialização do Movimento de Pescadores (as) do Brasil. Tal engajamento tem colocado em questão, na esfera da insitucionalidade, o desvelamento das relações de poder no conflito entre a comunidade e as empresas rurais no cotidiano e nos órgãos de Estado direito, seja pela sua ação ou inação deste último.