Browsing by Author "Machado, Ana Carolina Pereira"
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Item Um cafezal em flor: o papel dos recursos tróficos, de nidificação e do entorno na manutenção do serviço de polinização do café inserido em uma matriz de campo rupestre em Diamantina-Minas Gerais(UFVJM, 2019) Machado, Ana Carolina Pereira; Rech, André Rodrigo; Barônio, Gudryan Jackson; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Rech, André Rodrigo; Torres, Mariana Wolowski; Mendonça, Pietro Kiyoshi MaruyamaO serviço ecossistêmico de polinização é uma das mais importantes contribuições da biodiversidade para a produção de alimentos, possui valor estimado em 43 bilhões anuais só no Brasil. Dentre os responsáveis por esse serviço, se destacam as abelhas como sendo os principais polinizadores de cultivos agrícolas, contribuindo com a produção de alimentos. Este trabalho foi realizado em um gradiente vegetacional formado por áreas de cultivos de café imersas em matriz de vegetação nativa caracterizada como Campo Rupestre. Foram marcados pontos no interior do cafezal, no interior da vegetação nativa e na área transicional entre estes, com dez repetições distando pelo menos 1 km entre si. O objetivo do primeiro capítulo foi comparar os métodos de amostragem e analisar a riqueza, abundância, recorrência e composição de abelhas no período seco e chuvoso, que antecedem e sucedem a floração do café, respectivamente. Foram utilizadas três metodologias - pantraps, iscas de odor e coleta ativa, em todos os pontos. Os métodos de coleta atuaram de forma complementar. A riqueza e abundância de abelhas não diferiram entre as estações, mas diferiram quanto ao local amostrado. Contudo, a composição de abelhas diferiu entre as estações e entre os locais amostrados, sendo que apenas duas espécies foram recorrentes. Já o segundo capítulo, teve como objetivo avaliar o padrão de nidificação de abelhas solitárias nesta mesma região e a participação das abelhas na polinização das flores do café. Foram instaladas em setembro, estações de coleta em 30 pontos amostrais (dez no interior do cafezal, dez na borda e dez na vegetação nativa), contendo dez ninhos de bambu e dez ninhos de papel cartão preto cada, sendo estes ninhos monitorados semanalmente e recolhidos quando as abelhas fechavam a entrada do ninho. Quanto à polinização do café, na fase de botões florais, foram selecionados galhos na borda e no interior do cafezal, submetidos a dois tratamentos: polinização natural e autogamia. Durante a floração foram contabilizados o número de abelhas visitando as flores em sessões de dez minutos em cada galho, tanto na borda quanto no interior do cafezal. Os frutos maduros foram coletados, contabilizados, secados, pesados, medidos e, posteriormente, foram calculados os valores de densidade. As abelhas construíram 132 ninhos: 59,1% destes ninhos foram construídos na vegetação nativa, 40,2% na área de transição e apenas 0,7% dos ninhos foram contruídos no interior do cafezal pelas abelhas. Dos 132 ninhos construídos, cerca de 54% continham grãos de pólen de café. Na borda do cafezal, foram observadas mais visitas de abelhas que no seu interior. O tratamento de polinização natural gerou mais frutos que o tratamento de autogamia tanto na borda quanto no interior do cafezal. No entanto, no interior do cafezal, os frutos foram mais pesados, maiores e menos densos que os frutos da borda. No interior do cafezal, os frutos oriundos da polinização natural foram menores, entretanto mais densos que os frutos de autogamia. Na transição, os frutos gerados a partir da polinização natural possuíram maior massa, menor comprimento e maior densidade que os frutos de autogamia. Concluímos que os Campos Rupestres agem como reservatórios de abelhas que polinizam o cafezal quando florido, gerando maior quantidade de frutos e com melhor qualidade.