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    Turismo e áreas naturais protegidas: possibilidades incipientes da migração por amenidades em tempos de pós-COVID 19
    (UFVJJM, 2022-10) Martins Fonseca, Virginia; Azevedo, Amanda Luiza de
    Territórios com áreas naturais protegidas ganham visibilidade, seja para serem consumidas pelo turista; seja para serem adotadas como lugares de empreendedorismo de pequena a grande escala, e a expansão do turismo em áreas naturais configura-se como possível legado pós-COVID-19. Neste sentido, o crescimento da procura por atividades relacionadas ao turismo em áreas naturais protegidas pode desencadear uma série de fatores que alteram drasticamente o cotidiano das pessoas dentre as quais a especulação imobiliária que, atraindo possíveis investidores que queiram ou fixar segunda moradia nesses locais ou investirem em negócios que deem retornos lucrativos, acabam procurando por imóveis nas proximidades dessas localidades. Assim, compreende-se como uma conjectura factível que o processo de migração por amenidades possa se tornar uma tendência pós-COVID-19, principalmente no entorno de unidades de conservação de proteção integral, como as localizadas próximas à cidade de Diamantina. A pesquisa realizou a análise de referencial teórico que trata do contexto das transformações que as migrações por amenidades podem gerar no entorno de unidades de conservação de proteção integral, considerando o desenvolvimento do turismo na região de Diamantina, em Minas Gerais. Foi realizado um levantamento documental considerando os planos de manejo do Parque Nacional Sempre-Vivas; e dos Parques Estaduais: Biribiri, Pico do Itambé, Rio Preto, e Serra do Intendente. Esta pesquisa se classifica quanto aos critérios de finalidade como pesquisa aplicada, e pode ser classificada de natureza qualitativa. Quanto aos seus objetivos, compreende-se que se trata de uma pesquisa prioritariamente exploratória, que adotou como procedimentos metodológicos: a) pesquisa bibliográfica; b) pesquisa documental; e c) estudo de caso. Para tanto, foram aplicados, diante da anuência do CEP/UFVJM, um formulário on-line com os gestores de tais áreas protegidas, que se consolidaram como dados para subsidiar a análise territorial de cada AP quanto aos processos de ocupação em seu entorno, ainda que as mesmas tenham sido contextualizadas sob perspectiva macro. Obteve-se como resultados uma fundamentação teórica consistente, que contextualiza temáticas relevantes como: patrimonialização da natureza; turismo em áreas protegidas; ciclo de vida do produto turístico/destino turístico; turismo de segunda residência; tipos de migração e migração por amenidades; e os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). A contextualização das áreas protegidas evidenciou informações referentes as especificidades das mesmas, com especial interesse acerca das localidades que estão no entorno destes territórios, considerando as informações disponíveis em seus respectivos planos de manejo. O formulário proposto aos gestores procurou sanar informações a respeito de vários fatores que interferem e modificam as localidades do entorno dos cinco parques analisados. As respostas obtidas trazem, de modo geral, informações a respeito de como se ocorre o turismo e sua possível influencia e, ou presença no uso e ocupação do solo, assim como parcelamentos irregulares. Os dados obtidos. a partir da aplicação do formulário on-line, com 38 questões abertas, foi dividido em cinco dimensões, a saber: ambiental; social; cultural; econômica; territorial e político-institucional. As respostas obtidas foram contextualizadas aos aspectos econômicos, sociais, ambientais, culturais e políticos, além de problemas acarretados devido a atividade turística mal planejada e desorganizada nos territórios do entorno destes parques, considerando referências teóricas diversas. Para tanto, foram pautadas publicações científicas das áreas protegidas relacionadas a temática, assim como demais documentos técnicos disponíveis que tratam da situação de ocupação territorial no entorno destes territórios protegidos. E tais conteúdos versam, diretamente, com a possibilidade de desenvolvimento da migração por amenidades nestas localidades que, considerando as hipóteses iniciais, poderiam ser melhor corroboradas caso houvesse a oportunidade de realização de trabalho de campo, prejudicado pela pandemia e falta de recursos para a pesquisa, que vem sofrendo um desmonte sem precedentes. Ainda assim, como considerações finais se reconhece que, ainda que os resultados da pesquisa sejam incipientes, fica evidente o quão a mesma é contemporânea por associar a área de conhecimento do turismo em áreas naturais protegidas à pandemia do COVID-19, se mostrando uma questão importante de ser debatida diante das tendências do conceito de ‘viajar’ ter que se reinventar, assim como o próprio conceito de ‘turista’.