Browsing by Author "Santos, Juliane Duarte"
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Item Caracterização dos casos de arboviroses no Vale do Jequitinhonha(UFVJM, 2020) Santos, Juliane Duarte; Oliveira, Danilo Bretas de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Oliveira, Danilo Bretas de; Peixoto, Marco Fabrício Dias; Trindade, Giliane de Souza; Dornas, Fabio PioNas últimas décadas do século XX surgiram diferentes doenças epidêmicas causadas por arbovírus, vírus transmitidos por vetores hematófagos, havendo diversos relatos de surtos epidêmicos caracterizados principalmente por doenças febris em humanos. A rápida disseminação dos arbovírus e proliferação dos vetores transmissores são decorrentes de fatores como urbanização descontrolada, falta de saneamento básico, desmatamentos, mudanças climáticas e o alto tráfego de pessoas, tornando um grande desafio de saúde pública. No Brasil, há a predominância de diferentes formações florestais que contemplam variados ecossistemas, favorecendo a existência e disseminação de vetores como o Aedes, responsável pela transmissão de alguns arbovírus patogênicos circulantes no país, como o Chikungunya virus (CHIKV), Dengue virus (DENV), Yellow fever virus (YFV) e Zika virus (ZIKV). Entre os estados do país, Minas Gerais é um dos estados que apresenta um grande número de registros de casos de infecção por arbovírus. O Vale do Jequitinhonha, região que apresenta um dos menores indicadores socioeconômicos de Minas Gerais, grande parte da população vive em extrema pobreza. Em 2017 a macrorregião Jequitinhonha registrou 11 casos confirmados de YFV, em 2019 foram notificados 3214 casos prováveis de DENV, 27 de CHIKV e 12 para ZIKV. Diante dos desafios encontrados no controle dos vetores transmissores, a subnotificação de casos e a importância do desenvolvimento de pesquisas no Vale do Jequitinhonha, o presente estudo teve como objetivo caracterizar os casos de infecções por arbovírus que acometem a população da região, tanto em relação aos aspectos sorológicos utilizando teste ELISA, quanto em relação aos dados demográficos. Foram analisadas amostras de pacientes com suspeita de arbovirose que deram entrada no Hospital Santa Casa de Caridade de Diamantina, com uma prevalência em pacientes do sexo feminino, idade de 23 a 33 anos e o sinal de alarme hipotensão ortostática e/ou lipotimia. Também foram analisadas amostras de 135 gestantes, onde foi observada uma maior infecção nos grupos com renda de um a três salários mínimos, com ensino médio completo, que se autodeclaravam pardas e com idade entre 25 a 35 anos. Análises realizadas em 8 pacientes infectados com YFV silvestre apresentaram um quadro de icterícia com níveis significativamente altos de transaminase glutâmico-oxalacética (TGO) e transaminase glutâmico-pirúvica (TGP). Foi possível concluir com este estudo a importância de pesquisas epidemiológicas, medidas profiláticas e políticas públicas voltadas principalmente para regiões com alto índice de pobreza.