Browsing by Author "Rosa, Bruna Evangelista"
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Item Reagregando o evento do nascer a partir da Teoria Ator-Rede(UFVJM, 2021) Rosa, Bruna Evangelista; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Allain, Luciana Resende; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Allain, Luciana Resende; Faria, Elisa Sampaio de; Fraile, Ofélia Ortega; Schetino, Luana Pereira LeiteO Conselho Nacional de Saúde (CNS) do Brasil considera que o parto saudável é aquele que acontece de modo natural e em ambiente humanizado, e enfatiza que as práticas de atenção ao parto e ao nascimento devem estar baseadas em evidências científicas e na garantia de direitos. Pois o parto é um evento fisiológico, que não necessita de controle, mas sim de cuidado, sendo a diversidade cultural de cada mulher, algo a ser respeitado. No entanto os indicadores do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) revelam que as realidades do parto no Brasil seguem distantes das recomendações do CNS e de outros órgãos nacionais e internacionais. Em 2009 o parto de via cesariana ultrapassou os 50% e desde então segue numa crescente, atingindo em 2016 uma taxa de 55,4%, tendo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulado um teto de 15%, se referindo a uma “epidemia de cesarianas”. Em 2015 a taxa de mortalidade materna voltou a crescer, sendo uma das principais causas de morte entre as mulheres, a qual de acordo com o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (MS) de 2020 pode ser evitada em 92% dos casos. Em 2017 as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto informaram que a realização de cesarianas sem indicação clínica expõe a mulher a três vezes mais riscos de morte no parto. O uso de intervenções de rotina, como administração de ocitocina intravenosa e a “Manobra de Kristeller” seguem em desacordo com as Boas Práticas de Atenção ao Parto e ao Nascimento, estabelecidas desde 1996 pela OMS. Ou seja, as realidades do parto no Brasil seguem controversas às recomendações nacionais, internacionais e científicas. O porquê de tantas intervenções sem o devido respaldo é a pergunta que se pretende responder, utilizando como marco teórico a Teoria Ator-Rede. Primeiramente foram mapeadas as diferentes realidades do evento do nascer no Brasil ao longo dos anos, junto a suas translações, para depois desenhá-las em dispositivos visuais, na tentativa de ilustrar os caminhos trilhados até a realidade vigente e projetar outros mundos possíveis, numa perspectiva cosmopolítica.