Browsing by Author "Carvalho, Núbia de Kássia Silva"
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Item Comparativo do manejo multiprofissional de pacientes em cuidados paliativos e curativos(UFVJM, 2023) Carvalho, Núbia de Kássia Silva; Guedes, Helisamara Mota; Ribeiro, Liliane da Consolação Campos; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)INTRODUÇÃO: Promover a qualidade de vida junto à qualidade de morte é uma ação que inclui o alívio da dor e outros sintomas desagradáveis. É essencial não acelerar nem adiar a morte e para isso, a equipe de saúde junto à família deve integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente possibilitando ao paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento da sua morte. Existe uma lacuna de conhecimento presente na formação dos profissionais de saúde, no que se refere aos cuidados paliativos, esta escassez de uma padronização da assistência voltada a estes cuidados, seja por protocolos ou não, atribui melhor confiabilidade no serviço assistencial. OBJETIVO: Comparar os óbitos entre pacientes que estavam sob cuidados paliativos e aqueles que se mantiveram em cuidados que objetivam a cura, a fim de compreender as diferenças utilizadas na terapêutica destas duas abordagens. METODOLOGIA: Estudo transversal, quantitativo, retrospectivo, documental, a partir de prontuários de pacientes internados na Santa Casa de Caridade de Diamantina (SCCD), que conta com um total 125 leitos. Foram incluídos todos os prontuários de pacientes que foram a óbito entre 01 de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de 2020. RESULTADOS: O tempo médio de internação foi de 7,39 dias (± 7,16), com tempo mínimo de permanência hospitalar de um dia e máximo de 44 dias. A média de idade dos pacientes foi de 68,77 (±17,68) anos, sendo 52,2% do sexo masculino. O acometimento primário nos sistemas cardiovascular e respiratório (41,5%), nervoso (32,0%) e digestório (16,5%) representaram as maiores causas de internação seguida de óbito, respectivamente. A presença de comorbidades além da patologia de base estava presente em 25,5% dos pacientes. A clínica médica foi a que apresentou maior frequência de internação de pacientes em cuidados paliativos (44,0%), mas esta diferença não foi significativa em relação à frequência de internação na clínica cirúrgica (40,8%) e nos convênios (37,5%). Os cuidados exclusivamente paliativos foram indicados durante a internação hospitalar em 41,7% dos casos (172 pacientes). Após a indicação de cuidados paliativos, apenas 30,8% dos familiares/cuidadores dos pacientes receberam abordagem formal e explicação em relação a esta indicação; apenas 16,9% dos pacientes e/ou familiares receberam apoio psicológico e apenas 4,1% receberam apoio espiritual registrado em prontuário. A presença de acompanhante durante a permanência no hospital foi associada de forma significativa à indicação de cuidados paliativos (p = 0,001). O tempo de internação foi significativamente diferente entre pacientes em cuidados paliativos e os demais (p = 0,010) com mediana de 6 (1 - 44) e 4 (1 - 44) dias, respectivamente. CONCLUSÃO: O estudo buscou comparar os óbitos entre pacientes que estavam sob cuidados paliativos e aqueles que se mantiveram em cuidados que objetivam a cura, a fim de compreender as diferenças utilizadas na terapêutica destas duas abordagens. Diante dos resultados nota-se um despreparo profissional bem como um distanciamento, onde objetiva-se na maioria das vezes a cura, mesmo que inalcançável. A assistência ainda é, na maioria das situações baseada em medicalização, pobre em cuidados, evidenciando uma dificuldade da equipe em encarar situações de suporte aos pacientes em fase de terminalidade, bem como a dificuldade no tratamento paliativo e o curativo em complementarem-se para dar apoio ao paciente no processo de adoecimento, gerando prejuízo na relação profissional paciente, bem como nas expectativas dos familiares e às características da instituição. Faz-se necessário adotar novas técnicas, capazes de proporcionar o aumento da qualidade de vida e da finitude, evidenciando a necessidade de maior coesão da equipe multiprofissional: médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros, para que de forma harmônica o paciente possa alcançar sua autonomia e juntamente com a família se tornem participantes das tomadas de decisões acerca do tratamento, sempre prezando no compartilhamento das informações de saúde.