Browsing by Author "Barroso, Poliana Ribeiro"
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Item Fitoquímica e atividades biológicas de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae)(UFVJM, 2015) Barroso, Poliana Ribeiro; Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Santana, Marcos Aurélio; Grael, Cristiane Fernanda FuzerAs plantas medicinais são fontes promissoras de novas drogas, em que a região do Cerrado se destaca pela sua vasta biodiversidade. Dentre as plantas medicinais utilizadas nesta região se encontra a espécie Miconia ferruginata DC. que é conhecida como pixirica-do-campo ou babatenão. Esta espécie é utilizada no tratamento de doenças de pele, e outras de origens inflamatórias, parasitárias e infecciosas, porém os estudos químicos são escassos. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar o perfil químico e o potencial biológico da M. ferruginata (Melastomataceae). A espécie foi coletada no município de Diamantina, MG do qual foram preparados os extratos aquosos e etanólicos das folhas/flores e do caule. Por meio da triagem fitoquímica e das análises de CLAE-DAD-EM obteve-se um perfil químico rico em compostos fenólicos. Foi possível a identificação da presença de taninos, ácidos fenólicos, flavonoides, e derivados glicosilados da quercetina. Pela análise dos constituintes voláteis por CG-EM foi possível identificar a presença de quatorze compostos, sendo eles pertencentes as classes dos sesquiterpenos, hidrocarbonetos, monoterpenos, fenilpropanoides e alcoóis. No qual os sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno foram os compostos majoritários, os quais são associados na literatura a diversas atividades biológicas, em especial a ações anti-inflamatórias, antifúngicas e antitumorais. A análise das frações por CG-EM e CLAE-DAD foi possível identificar catequinas, ácido gálico e flavonóis nos extratos aquosos e ésteres graxos e as subclasses das flavonas e flavonóis nos extratos etanólicos. Nas avaliações biológicas os extratos etanólicos e aquosos apresentaram baixa toxicidade em células de mamíferos, em que a concentração selecionada para a avaliação das demais atividades biológicas foi de até 500 μg/mL. Para a atividade antitumoral, os extratos apresentaram um grande potencial concentração dependente, com valores de IC50 variando de 56,44 a 180,4 μg/mL. Bem como o tempo de exposição aumentou a potência de todos os extratos. Também foi observado que os extratos aquosos promoveram a inibição da proliferação de linfócitos estimulados por mitógenos, apresentando uma eficácia em relação à dexametasona, de 39,94% para o extrato das folhas a 45 μg/mL, e de 57,3%, 137,4% e 251,8% para os extratos do caule a 15, 20 e 30 μg/mL, respectivamente. Este efeito proliferativo pode estar relacionado ao potencial anti-inflamatório da M. ferruginata, relatada na medicina popular. Possivelmente, as atividades biológicas estão relacionadas ao rico perfil químico desta espécie, principalmente em compostos fenólicos. Para as atividades antimicrobianas, tripanocida 9 e leishmanicida não foram observadas a inibição do crescimento ou toxicidade frentes as cepas avaliadas. Desta forma este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da M. ferruginata. Porém ensaios futuros utilizando as frações e substâncias isoladas, se fazem necessários para fortalecer os dados aqui apresentados e para demonstrar quais os mecanismos moleculares envolvidos nas atividades biológicas investigadas.Item Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae): estudo biomonitorado para triagem biológica de extratos e frações com atividade anticâncer(UFVJM, 2021) Barroso, Poliana Ribeiro; Martins, Helen Rodrigues; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Melo, Gustavo Eustáquio Brito Alvim de; Souza Fagundes, Elaine Maria de; Oliveira, Eduardo de Jesus; Rocha Vieira, EtelAs plantas medicinais são fontes riquíssimas de compostos bioativos, potenciais candidatos a novos medicamentos, especialmente para fármacos anticâncer. A utilização de novos agentes terapêuticos de origem natural tem revelado grande eficácia e oferece um amplo campo para investigação científica. Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar uma análise dos extratos e frações da espécie Miconia ferruginata, oriunda do Cerrado brasileiro, quanto ao seu potencial anticâncer. No estudo, foram realizadas avaliações de citotoxicidade (CL50 e CC50) e seletividade (IS) frente a diferentes linhagens tumorais, através da técnica colorimétrica pelo brometo de 3-4,5-dimetil-tiazol-2-il-2,5-difeniltetrazólio (MTT). Em seguida, foi realizado o fracionamento biomonitorado para seleção das frações mais ativas e seletivas por meio da avaliação da citotoxicidade e análise da capacidade clonogênica. Além disso, para as frações ativas foram realizadas a caracterização do tipo de morte induzida por meio da análise da morfologia celular (coloração May Grunwald-Giemsa e Hoechst/Iodeto de Propídeo) e tipo de morte (necrose ou apoptose) pela marcação dupla por Anexina-V e Iodeto de Propídeo, bem como avaliação da sua possível interferência no ciclo celular. Os extratos etanólicos brutos das folhas, do caule, das inflorescências e da casca de M. ferruginata mostraram alta citotoxicidade para as células tumorais (IC50 de 18,5 a 96,0 μg/mL) associada a moderada toxicidade sobre células não-tumorais (CC50 > 216,1 μg/mL), refletindo diretamente no índice de seletividade observado (IS>2,3). O fracionamento foi orientado pelo biomonitoramento destes extratos por meio da partição líquido-líquido com solventes de polaridade crescente. Das frações obtidas, as derivadas da fração acetato (FACL) e do resíduo aquoso do caule (FRCL) foram as mais citotóxicas e mais seletivas sobre as células tumorais, além de reduzirem a sua capacidade de proliferação e formação de colônias, sendo selecionadas para prosseguimento da investigação do potencial anticâncer. Foi observado claramente os aspectos morfológicos clássicos de apoptose, associado a interferência na progressão do ciclo celular com redução das fases S e G2/M e retenção na fase G0/G1. A fração FRCL reduziu tanto das fases G2/M quanto G0/G1 e induziu morte preferencialmente por necrose sobre as células THP-1. Desta forma, os dados obtidos neste estudo sugerem que o efeito citotóxico e antiproliferativo das frações ativas de M. ferruginata apresentam um mecanismo de morte celular misto, com indução de morte preferencialmente por apoptose, mas também podem ativar mecanismos via necrose para células resistentes a apoptose, atuando na inibição da proliferação in vitro. Esses resultados revelam que as frações podem ser candidatos terapêuticos para o desenvolvimento de fármacos para o tratamento de diferentes tipos de câncer, considerando sua atividade e seletividade.