Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
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PPGCFAR - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas
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Item Plantas do cerrado brasileiro: triagem fitoquímica e de atividades biológicas de espécies nativas do município de Diamantina, região do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais(UFVJM, 2016) Cunha, Letícia Figueiredo; Martins, Helen Rodrigues; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Martins, Helen Rodrigues; Oliveira, Eduardo de Jesus; Freitas, Bethânia Alves de AvelarAs plantas, por serem fonte de substâncias biologicamente ativas, são utilizadas com a finalidade terapêutica desde o início da civilização humana. O Brasil, por sua vez, é detentor de uma vasta diversidade biológica e possui uma grande quantidade de espécies vegetais com potencial medicinal. Dentre os diversos biomas do território brasileiro, o Cerrado representa o segundo maior, registrando-se muitas espécies medicinais. Apesar de sua rica biodiversidade muitas plantas endêmicas deste bioma foram pouco estudadas do ponto de vista químico e biológico. Consequentemente, é necessário maior investimento em pesquisas com plantas medicinais para tratamento de doenças, principalmente, as crônicas degenerativas e parasitárias, como Doença de Chagas, Leishmanioses, Câncer e as infecções causadas por bactérias e fungos, cujo o tratamento apresenta importantes limitações. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar a triagem fitoquímica e de atividades biológicas de extratos etanólicos de 12 espécies de plantas oriundas do Cerrado, coletadas no munícipio de Diamantina, Vale do Jequitinhonha/MG. Para a triagem fitoquímica preliminar destes extratos foram realizadas reações cromogênicas, de precipitações e análises em cromatografia em camada delgada comparativa (CCDC). A citotoxicidade para células normais de mamíferos foi avaliada em fibroblastos de camundongos (L929). A linhagem celular de câncer de mama MDA-MB-231 foi a utilizada para a avaliação da atividade antitumoral dos extratos. A avaliação da atividade antitripanossomatídeo foi realizada sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de Trypanossoma cruzi e, sobre as formas promastigotas das cepas BH46 de Leishmania (leishmania) infantum e cepa M2269 de Leishmania (leishmania) amazonensis. Para a avaliação destas atividades foi empregada a técnica colorimétrica de MTT. A avaliação das atividades antibacteriana e antifúngica foi realizada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM), empregando a técnica colorimétrica da Resazurina. As espécies de bactérias utilizadas foram Escherichia coli, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. Na atividade antifúngica foram utilizadas quatro espécies de leveduras (Candida albicans, Candida famata, Candida krusei e Candida tropicalis) e duas espécies de fungos filamentosos (Aspergillus niger e Penicillium expansum). Dos 13 extratos avaliados com relação a citotoxicidade sobre fibroblastos de camundongos da linhagem L929, todos apresentaram algum grau de citotoxicidade. Alguns destes extratos apresentaram elevada toxicidade sobre esta linhagem celular, sendo que o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus foi o mais tóxico. Na avaliação da atividade antitumoral, com exceção do extrato etanólico das folhas de P. rigida, todos os outros extratos avaliados apresentaram atividade. Destes o mais promissor também foi o extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade tripanocida sobre formas epimastigotas da cepa Colombiana de T. cruzi, nove extratos foram ativos contra este parasito. Destes os mais promissores foram os extratos das folhas de A. aculeata e das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade leishmanicida para a cepa M2269 os extratos etanólicos das folhas de E. erythropappus e das folhas de B. oxyclada apresentaram como os mais promissores e, para a cepa BH46 o extrato etanólico de toda espécie T. catahartica foi o mais promissor, seguido também do extrato etanólico das folhas de E. erythropappus. Na avaliação da atividade antibacteriana somente os extratos etanólicos das folhas de B. oxyclada, de P. tomentosa e S. rugosa foram ativos e, as únicas bactérias sensíveis foram P. aeruginosa e S. aureus. Destes o extrato etanólico de P. tomentosa inibiu um maior número de bactérias com ação bactericida. Os fungos filamentosos, A. niger e P. expansum, se mostraram resistentes a todos os extratos avaliados e C. krusei foi a levedura mais sensível. Os extratos das folhas de B. oxyclada e das folhas de P. tomentosa foram os extratos que inibiram o maior número de espécies fúngicas com os menores valores de CIM. Através destes resultados, sugere-se que os extratos etanólicos das folhas de Eremanthus erythropappus, de Peixotoa tomentosa e de Banisteriopsis oxyclada apresentaram o maior número de atividades biológicas e com os melhores resultados, o que torna estas espécies as mais promissoras como fontes potenciais de moléculas bioativas para o tratamento de Câncer, Doença de Chagas, Leishmanioses e infeções bacterianas e fúngicas, necessitando de mais estudos a fim de identificar as substâncias responsáveis por tais atividades e pela citotoxicidade e, validá-las através de outros modelos in vitro e in vivo.Item Pesquisa de dados botânicos de plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no século XIX no norte/nordeste de Minas Gerais: dados botânicos, químicos e ensaios antioxidantes de Erythroxylum suberosum A. St.-Hil (Erythroxylaceae)(UFVJM, 2014) Oliveira, Fernanda de Fátima Souza de; Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Grael, Cristiane Fernanda Fuzer; Pinto, Nísia Andrade Villela Dessimoni; Okuma, Adriana AkemiNo século XIX o Brasil foi visitado por naturalistas europeus, atraídos pelas riquezas naturais do país. O francês Saint-Hilaire, em sua obra Plantas Usuais dos Brasileiros descreveu plantas que eram usadas pelos habitantes da região norte/nordeste de Minas Gerais. Dentre estas, encontra-se a Erythroxylum suberosum A. St.-Hil. (Erythroxylaceae), conhecida popularmente como “galinha-choca” e “mercúrio do campo”, abundante nas proximidades da cidade de Diamantina (MG). Os objetivos do presente trabalho foram o resgate de informações sobre as espécies botânicas descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, no século XIX, incluídas em sua obra Plantas usuais dos brasileiros e a realização de estudo fitoquímico e determinação da atividade antioxidante de extratos das folhas de E. suberosum. Foram realizadas pesquisas em herbários virtuais para detecção de coletas, nos séculos XIX, XX e XXI, de quinze espécies descritas por Saint-Hilaire no norte/nordeste de Minas Gerais, em sua obra. Estas informações foram usadas no direcionamento de coletas destas espécies na região de Diamantina e na verificação da ocorrência atual de tais plantas. Algumas espécies são encontradas, ainda na atualidade, nos locais citados pelo naturalista ou em localidades muito próximas: quatro, das quinze espécies encontradas por Saint-Hilaire, foram coletadas e georreferenciadas nas proximidades de Diamantina. Para realização de estudo fitoquímico e determinação de atividade antioxidante, as folhas de E. suberosum foram coletas em Diamantina-MG. O material, seco e pulverizado, foi usado para maceração com os solventes hexano, acetato de etila e etanol e extração pelo Método Stas-Otto, para pesquisa de alcaloides. A triagem fitoquímica dos extratos sugeriu a presença de alcalóides, cumarinas, flavonoides (incluindo antocianidinas), taninos condensados e triterpenos/esteroides e análises por CLAE/DAD sugeriram a presença de compostos fenólicos nas amostras. Os extratos preparados pelo Método Stas-Otto foram analisados por CG/EM, sendo sugerida a presença de 23 substâncias, dentre as quais encontrase o alcaloide tropânico tropacocaína. Quanto à atividade antioxidante os extratos de E. suberosum, quando comparados ao padrão (ácido gálico), não apresentaram pronunciada atividade de retirada de radical DPPH; no entanto, o extrato etanólico apresentou uma maior quantidade de fenólicos totais, maior poder de redução do íon metálico Fe3+ e maior capacidade antioxidante pela análise por voltametria cíclica. Assim este trabalho contribuiu para a recuperação e disponibilização de informações sobre plantas úteis coletadas por naturalistas europeus no norte/nordeste de Minas Gerais e para o conhecimento sobre a composição química e atividade antioxidante da espécie E. suberosum.Item Fitoquímica e atividades biológicas de Miconia ferruginata DC. (Melastomataceae)(UFVJM, 2015) Barroso, Poliana Ribeiro; Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Gregório, Luiz Elídio; Martins, Helen Rodrigues; Santana, Marcos Aurélio; Grael, Cristiane Fernanda FuzerAs plantas medicinais são fontes promissoras de novas drogas, em que a região do Cerrado se destaca pela sua vasta biodiversidade. Dentre as plantas medicinais utilizadas nesta região se encontra a espécie Miconia ferruginata DC. que é conhecida como pixirica-do-campo ou babatenão. Esta espécie é utilizada no tratamento de doenças de pele, e outras de origens inflamatórias, parasitárias e infecciosas, porém os estudos químicos são escassos. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar o perfil químico e o potencial biológico da M. ferruginata (Melastomataceae). A espécie foi coletada no município de Diamantina, MG do qual foram preparados os extratos aquosos e etanólicos das folhas/flores e do caule. Por meio da triagem fitoquímica e das análises de CLAE-DAD-EM obteve-se um perfil químico rico em compostos fenólicos. Foi possível a identificação da presença de taninos, ácidos fenólicos, flavonoides, e derivados glicosilados da quercetina. Pela análise dos constituintes voláteis por CG-EM foi possível identificar a presença de quatorze compostos, sendo eles pertencentes as classes dos sesquiterpenos, hidrocarbonetos, monoterpenos, fenilpropanoides e alcoóis. No qual os sesquiterpenos β-cariofileno e α-humuleno foram os compostos majoritários, os quais são associados na literatura a diversas atividades biológicas, em especial a ações anti-inflamatórias, antifúngicas e antitumorais. A análise das frações por CG-EM e CLAE-DAD foi possível identificar catequinas, ácido gálico e flavonóis nos extratos aquosos e ésteres graxos e as subclasses das flavonas e flavonóis nos extratos etanólicos. Nas avaliações biológicas os extratos etanólicos e aquosos apresentaram baixa toxicidade em células de mamíferos, em que a concentração selecionada para a avaliação das demais atividades biológicas foi de até 500 μg/mL. Para a atividade antitumoral, os extratos apresentaram um grande potencial concentração dependente, com valores de IC50 variando de 56,44 a 180,4 μg/mL. Bem como o tempo de exposição aumentou a potência de todos os extratos. Também foi observado que os extratos aquosos promoveram a inibição da proliferação de linfócitos estimulados por mitógenos, apresentando uma eficácia em relação à dexametasona, de 39,94% para o extrato das folhas a 45 μg/mL, e de 57,3%, 137,4% e 251,8% para os extratos do caule a 15, 20 e 30 μg/mL, respectivamente. Este efeito proliferativo pode estar relacionado ao potencial anti-inflamatório da M. ferruginata, relatada na medicina popular. Possivelmente, as atividades biológicas estão relacionadas ao rico perfil químico desta espécie, principalmente em compostos fenólicos. Para as atividades antimicrobianas, tripanocida 9 e leishmanicida não foram observadas a inibição do crescimento ou toxicidade frentes as cepas avaliadas. Desta forma este trabalho contribuiu para o conhecimento químico e biológico da M. ferruginata. Porém ensaios futuros utilizando as frações e substâncias isoladas, se fazem necessários para fortalecer os dados aqui apresentados e para demonstrar quais os mecanismos moleculares envolvidos nas atividades biológicas investigadas.