PPGED - Mestrado Profissional em Educação (Dissertações)
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Item Espelho, espelho meu, existe alguém mais abandonado do que eu?: práticas curriculares e posições de sujeito demandadas em um contexto de abrigo(UFVJM, 2016) Santos Júnior, Milton Chaves dos; Ribeiro, Vândiner; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Ribeiro, Vândiner; Aguiar, Alexandre Silva; Almeida, Ivana CarneiroEsta dissertação analisa como as práticas curriculares do abrigo investigado demandam certas posições de sujeito por meio do discurso do acolhimento que ao mesmo tempo fragilizam e fortalecem as crianças e os adolescentes em vulnerabilidade social. A metodologia inspira-se na análise do discurso foucaultiana e elementos da etnografia tais como: observação em diário de campo, conversas informais e entrevista semiestruturada. A análise teórica articula um conjunto de conceitos desenvolvidos por Michel Foucault, sendo alguns deles centrais: discurso, poder-saber, processos de subjetivação e posição de sujeito, além do conceito de currículo em uma visão pós-crítica. O manejo dessas ferramentas conceituais caminha rumo à investigação do discurso do acolhimento, que diz respeito ao processo de ajuda protetiva à criança e ao adolescente abandonados divulgado nas práticas curriculares do abrigo em questão. O problema central desta pesquisa é: como o discurso do acolhimento à criança e ao adolescente em vulnerabilidade social está divulgado nas práticas curriculares do abrigo investigado e quais posições de sujeito são demandadas nesse discurso. Para isso, pesquiso como a criança e o adolescente são nomeados, caracterizados e inventados no currículo desse abrigo. Investigo também as ações individuais e coletivas presenciadas em situações do cotidiano e as relações de poder-saber ali imbricadas. O argumento geral desenvolvido é o de que há no currículo da instituição investigada um constante enfrentamento de verdades discursivas sobre o acolhimento. Desse modo, os processos de subjetivação nas práticas curriculares, enquanto local de produção e criação de significados sociais, demarcam especialmente as posições de sujeito menor abandonado, coitadinho, delinquente, amaldiçoado, de direitos e resiliente. A metáfora da história da branca de neve entra em cena nesta investigação, enxergando o espelho da personagem bruxa como o currículo do abrigo Resiliência, ou seja, o local onde os discursos estão divulgados. A bruxa, por sua vez, é o reflexo das crianças e adolescentes marcados pelo abandono, sendo a personificação da maldade do sujeito bruxa a representatividade das posições de sujeito produzidas em meio a relações de poder e saber.