PPGBA - Mestrado em Biologia Animal (Dissertações)

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    Avaliação da atividade inseticida do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (Spreng) R. M. King & H. Rob (arnica-do-campo) sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae)
    (UFVJM, 2023) Silva, Sâmia Francielle; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A leishmaniose visceral consiste em uma infecção parasitária zoonótica, capaz de afetar o homem e diversos animais, considerada um problema de saúde pública. No Brasil, sua transmissão se dá principalmente por meio da picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva). A estratégia de controle vetorial mais utilizada é a aplicação de inseticidas sintéticos, contudo, a resistência adquirida gera interesse no desenvolvimento de novos produtos. Neste contexto, as plantas podem ser uma alternativa, devido à biodiversidade de metabólitos secundários com potencial inseticida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a toxicidade do óleo essencial de Pseudobrickellia brasiliensis (R.M. King & H. Rob) sobre Lu. longipalpis selvagens. Para isso, folhas frescas de P. brasiliensis foram usadas para obtenção do óleo essencial por hidrodestilação. Para o bioensaio, flebotomíneos selvagens coletados em uma comunidade rural do município de Diamantina-MG, foram expostos às diferentes concentrações do óleo essencial: 2,5mg/mL, 5mg/mL e 10mg/mL. Foram utilizados como grupos controles: água destilada e Tween® (controles negativos) e cipermetrina (controle positivo). Dez exemplares de flebotomíneos foram transferidos para potes plásticos cobertos por tecidos de organza. Na parte superior e inferior do pote foi inserido papel filtro embebido por 250μL do óleo, e a taxa de mortalidade foi acompanhada em 1h, 2h, 4h, 16h, 24h, 48h e 72h. A prospecção das classes de compostos secundários foi realizada por meio da análise de cromatografia em fase gasosa acoplada espectrômetro de massas (CG-EM). O estudo fitoquímico revelou a presença de terpenos, enquanto o CG detalhou a predominância de monoterpenos, sesquiterpenos e diterpenos. O bioensaio evidenciou ação inseticida do óleo essencial de P. brasiliensis sobre os flebotomíneos, em todas as concentrações testadas e apresentou elevada toxicidade sobre Lu. longipalpis, mostrando-se como um potencial inseticida natural que pode ser utilizado nas ações futuras de controle vetorial pelos órgãos responsáveis.
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    Toxicidade do óleo essencial de Citrus sinensis sobre Lutzomyia longipalpis (Diptera: Psychodidae), vetor da leishmaniose visceral no Brasil
    (UFVJM, 2023) Santos, Fernanda Batista; Barata, Ricardo Andrade; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
    A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de caráter reemergente, com ampla distribuição geográfica e alta letalidade, quando não tratada. É transmitida principalmente pela picada do flebotomíneo fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis. O controle recomendado direcionado ao vetor é a aplicação de inseticida piretróide residual nos domicílios e anexos. Entretanto, tem sido observado o surgimento de populações resistentes aos inseticidas convencionais, o que tem fomentado a busca por novos compostos. O objetivo deste trabalho foi investigar o potencial tóxico do óleo essencial de Citrus sinensis (laranja-pêra-rio) sobre flebotomíneos selvagens da espécie Lutzomyia longipalpis. Para obtenção do óleo essencial, foram adquiridas 10 laranjas pêra-rio no comércio local do município de Diamantina-MG. O método utilizado foi a hidrodestilação com auxílio do aparelho de Clevenger. Para o bioensaio, o óleo essencial foi diluído em solução de polisorbato 80 (Tween®) a 3%, obtendo-se as concentrações de 100mg/mL, 200mg/mL e 400mg/mL. Foram usados como grupos controles: água destilada e Tween® a 3% (negativos) e cipermetrina 196μg/mL como controle positivo. Flebotomíneos foram capturados em área rural do município com auxílio de armadilhas luminosas tipo HP para serem utilizados nos testes de toxicidade. Dez exemplares foram transferidos para potes plásticos de 250mL cobertos por tecidos de organza. Na parte superior do pote (tampa) e na inferior (fundo) foram inseridos papel de filtro embebido por 250μL do óleo essencial. A taxa de mortalidade foi acompanhada por 1h, 2h, 4h, 8h, 12h, 20h, 24h, 48h e 72h após a exposição. Os dados foram analisados usando a incidência de morte por tempo avaliado entre as amostras. A análise estatística foi feita usando o Modelo de tempo de falha acelerado, com ajuste de curva Lognormal (ΔAICc = 0). A caracterização detalhada do óleo essencial foi feita por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa. O óleo essencial de C. sinensis foi tóxico para os flebotomíneos Lu. longipalpis em todas as concentrações testadas. A taxa de sobrevivência diminuiu com o aumento da concentração: 18% em 100mg/mL, 11% em 200mg/mL e 2% em 400mg/mL. A taxa de mortalidade foi significativamente maior na concentração de 400mg/mL em comparação com a água. O diluente Tween® não afetou a ação do óleo essencial, enquanto a cipermetrina 196μg/mL resultou em alta mortalidade. A DL(50) foi de 152,28 +- 52,102. Por cromatografia gasosa acoplado a espetrômetro de massas foram identificados nove componentes na amostra do OE de Citrus sinensis, sendo maioria monoterpenos e o constituinte majoritário o d-limoneno, com 95,11% da composição. Os resultados obtidos mostraram que o óleo essencial de cascas de laranja possui potencial tóxico sobre Lu. longipalpis. A presença de componentes como os terpenos em sua constituição, com conhecido poder inseticida, pode subsidiar o desenvolvimento de um produto eficiente e menos tóxico que ajude no controle destes vetores.