Browsing by Author "Acçolini, Graziele"
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Item Entre práticas e rezas: a intermediação das plantas medicinais para o benzimento e consumo, por benzedores na cidade de João Pinheiro - MG(UFVJM, 2023) Guimarães, Bárbara Maciel; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Prat, Bernat Vinolas; Murta, Nadja Maria Gomes; Acçolini, Graziele; Gonçalves, Maria Célia da SilvaO presente estudo visou compreender o significado da presença dos/as benzedores/as na cidade de João Pinheiro-MG e a relação da fé e manuseio com as plantas para a benzedura e para fins terapêuticos, objetivando descrever as principais características desse saber; identificando os principais obstáculos encontrados para a reafirmação da cultura da benzeção. Propondo estratégias para dar maior visibilidade ao conhecimento da cultura dos/das benzedores/as. Para estruturação da pesquisa e tratamento dos dados e hipóteses do trabalho, foi realizada entrevista com 08 benzedores/as e 30 adeptos das benzeções, todos moradores da cidade de João Pinheiro no Estado de Minas Gerais. A pesquisa constituiu-se por meio de uma análise qualitativa dos dados levantados e também em revisão bibliográfica sistemática das informações produzidas pela pesquisa para investigar as questões apontadas no trabalho, mostrando as opiniões e relatos sobre este saber e práticas de conhecimento tradicional, coletando dados para comprovação da pesquisa. A cultura da benzeção e do consumo de ervas tem uma relação significativa com a tradição oral, familiar e religiosa. As benzeções estão relacionadas à fé e a cultura das pessoas, onde a busca da cura de doenças se apresenta como a motivação mais expressiva para se relacionar com a prática da benzedura e do uso de plantas medicinais, orientado por benzedoras e benzedores. Esta orientação, enquanto processo de cura, ainda se faz presente nas relações culturais dos praticantes e representa, também, uma forma de pensamento que demonstra a relação humano e natureza por meio do uso terapêutico de plantas e orações, estruturando uma visão de mundo onde a planta é percebida como agente de cura e como um ser que ensina, pois, a sua efetividade representa a vontade de Deus e a fé dos/as praticantes.Item Liames das escolas rurais com a resistência da cultura caipira em comunidades camponesas no município de Diamantina-MG(UFVJM, 2022) Dias, Ana Paula Ferreira; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Cambraia, Rosana Passos; Fávero, Claudenir; Alentejano, Paulo Roberto Raposo; Acçolini, GrazieleO presente trabalho de mestrado procurou conhecer e compreender como o processo ensino e aprendizagem, na relação campo/rural, se encontram atualmente nos modelos de ensino e projetos pedagógicos das escolas localizadas no campo do município de Diamantina (Minas Gerais). Assim, buscamos considerar, por meio de um estudo bibliográfico sistematizado, os conceitos de Caipira e Camponês e sua relação com os processos educativos no campo. Acrescido de entender como a cultura e religiosidade, assim como a relação cultura e natureza, se fazem presentes entre os camponês-caipiras, e como são e/ou poderiam ser afirmativas de pertencimento do sujeito do campo no processo educativo do campo e sua interface com a Agroecologia. Elucidou as relações entre Cultura e os Projetos Políticos Pedagógicos no contexto da educação rural no município de Diamantina (Minas Gerais), para auxiliar, por meio das análises feitas, a Secretaria Municipal de Educação, em ações e parcerias para a consolidação de um projeto de educação do campo e para o campo. A pesquisa é de cunho qualitativo, com estudo de revisão da literatura narrativa e sistemática, somadas às pesquisas bibliográficas e documentais, além do levantamento de dados, para assim elaborar uma teorização consistente. Foram pesquisados materiais didáticos voltados à educação do campo e os conjuntos de leis federais, estaduais e municipais sobre a educação diferenciada do campo. Realizamos o aprofundamento teórico sobre a cultura caipira, educação e a relação natureza e cultura. Concluímos que o conceito de caipira e de camponês não se opõem, ao contrário, se complementam; o princípio educativo não escolar, em relação às crianças do campo, se dá, primeiramente, pela religiosidade e cultura caipira, assim, a produção de alimento e a alimentação são parte fundantes do processo educativo; que há ausência de uma discussão teórica aprofundada do conceito de cultura caipira nos processos educativos das escolas do campo e no campo no município de Diamantina (Minas Gerais). Nas análises em que aprofundamos a questão dos aspectos curriculares e a Cultura, enquanto conjunto de saberes que podem ser dialogados em sala de aula, percebemos que os currículos examinados das três escolas do campo de Diamantina (Minas Gerais), apesar de demonstrar interesse na valorização da cultura do alunado, não tem consolidado que cultura é essa, só havendo menção às culturas indígena e quilombola, previstas nos temas transversais, não fazendo referência ao modo de vida principiador da cultura caipira.Item O processo de identidade de comunidades quilombolas de Peçanha-Minas Gerais: História oral, Cultura e Etnicidade(UFVJM, 2022) Maciel, Filipe de Oliveira; Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); Carvalho, Marivaldo Aparecido de; Nascimento, Alan Faber do; Lima, Josélia Barroso Queiroz; Souza, Vânia Rocha Fialho de Paiva e; Acçolini, GrazieleInvestiga-se neste trabalho as comunidades quilombolas rurais do município de Peçanha-MG, Brasil – denominadas Jorges de Água Branca e 'Purificação. O pesquisador é nativo deste município e com vínculos nestas comunidades desde a infância. O objetivo foi compreender o processo de construção de identidade nestes quilombos. Visa desvelar a identidade no sentido cultural, pelas suas práticas tradicionais, e no sentido étnico, de como ocorre a manutenção de fronteiras diferenciadoras entre o eu, o coletivo e outros grupos, através das relações sociais, suas interdependências e interpenetrações. Possuindo de base nestes processos, a história oral como método amefricano de se transmitir conhecimento por gerações. A pesquisa foi desenvolvida através da metodologia da pesquisa participante, trabalho de campo, etnografia, pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo. Na fase de trabalho de campo foi utilizado caderno de campo, registros fotográficos e audiovisuais amadores, e realizado entrevistas livres e reuniões de retroalimentação. Nesta pesquisa o caderno de campo é concebido também como instrumento das artes plásticas, para registro e expressão do não-dizível do trabalho etnográfico vivenciados pelo corpo-alma-pesquisador. Os resultados iniciais de estudos bibliográficos indicaram que em comunidades de ancestralidade africana, a estruturação de mecanismos identitários são expressos nas tradições, que são conhecimentos e testemunhos transmitidos oralmente pelas gerações. Estas produções culturais são entendidas como conjunto simbólico, material e imaterial, que fundamentam a construção de subjetividade e comportamentos, estruturando uma identidade cultural. Os grupos utilizam elementos culturais nas relações sociais para diferenciação, forjando a manutenção de fronteiras com outros grupos e construindo uma identidade étnica. Com aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa foi realizada a fase de trabalho de campo da etnografia, sendo cerca de uma semana por mês em cada comunidade, entre fevereiro e outubro de 2021. Conclui-se que o processo de identidade nestes quilombos é construído pelas relações entre violência, fé e terra. A violência, que possui como condição base o racismo, revela sobre como a fome e a exploração do trabalho são historicamente impostos num projeto de genocídio do povo negro e como é mantido no mundo contemporâneo através das colonialidades. A fé revela na diversidade de práticas a construção de um sincretismo religioso afro-brasileiro, situado na dimensão da vida cotidiana e baseado na soma de forças de fé, cuja fonte de conhecimento está ligada a relações afroindígenas dos quilombos, e ainda que católicos, se apropriam do catolicismo e o praticam fora de seu padrão institucional. A terra revela por meio da tradição do trabalho em mutirão a materialização da cultura e etnicidade na construção de um quilombo contemporâneo expondo questões sociopolíticas, econômicas e as dinâmicas agrárias nas relações de associativismo e certificação, denunciando ainda problemáticas entre os agentes dos acessos a terra. Violência, fé e terra revelam o processo de identidade quilombola em Peçanha-MG de forma dialética entre campos da subjetividade, política, cosmovisão, resistência, história, corpo e a relação ser humano e natureza.